Helder responde crítica de Trump à construção de avenida que corta floresta no Pará: 'é melhor agir do que postar'
- 10/11/2025

Trump discursa em fórum de negócios em Miami, em 5 de novembro de 2025 REUTERS/Marco Bello O governador do Pará respondeu a uma crítica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, postada nas redes sociais neste domingo (9), sobre a construção da avenida Liberdade, uma via que atravessa uma área de floresta no Pará, estado sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30). “They ripped the hell out of the rainforest of Brasil to build a four lane highway for environmentalists to travel. It's become a big scandal!” (“Devastaram a floresta do Brasil para construir uma rodovia de quatro pistas para ambientalistas. Virou um grande escândalo!”), escreveu o republicano, referindo-se à Avenida Liberdade, uma obra que não possui ligação direta com a COP 30, segundo o governo brasileiro. COP30 - Avenida Liberdade avança sobre área de floresta em Belém A resposta do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), veio na mesma plataforma. “Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano Donald Trump deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas. Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia - com destaque para o estado do Pará, que obteve o seu melhor resultado". "(...) no mínimo, (Trump deveria) seguir o exemplo do Governo do Brasil e investir mais de R$ 1 bilhão para salvar florestas no mundo. Ainda dá tempo de passar na COP 30, presidente Trump. Esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar”, publicou Barbalho. Máquinas trabalham nas obras da Avenida Liberdade, no Pará, na região do traçado que corta o município de Marituba. Pedro Guerreiro/Ag. Pará Segundo dados divulgados pelo governo paraense e confirmados pelo Prodes/Inpe, o Pará lidera a redução de desmatamento na região da Amazônia Legal, com diminuição de 12,4% somente no último ciclo anual. O estado também registrou queda acumulada de 60% em relação aos indicadores de 2021. A polêmica expôs o vácuo diplomático deixado pela ausência dos EUA na COP 30, marcada para começar nesta segunda-feira (10). Desde a volta à Casa Branca, Trump retirou o país novamente do Acordo de Paris e bloqueou políticas de energia renovável. Autoridades americanas confirmaram que não haverá representantes de alto escalão dos EUA na conferência climática da ONU em Belém, reforçando o isolamento do país nas discussões climáticas globais. Enquanto Trump sustenta o discurso contrário a acordos multilaterais e minimiza as ameaças do aquecimento global, o Pará tenta transformar protagonismo ambiental em investimentos verdes e parcerias internacionais, aproveitando a visibilidade global da COP 30. Traçado da avenida. Arte/g1 Derrubada de 72 hectares de floresta Segundo a Defensoria Pública do Estado do Pará, a obra da avenida Liberdade pode ter avançado sem ouvir de forma adequada as comunidades da região e, por isso, uma ação civil pública questiona a forma como a obra foi conduzida. Cerca de 72 hectares de floresta devem ser suprimidos com a obra e, segundo o governo, as famílias impactadas serão indenizadas. A ação judicial pede uma reparação por danos socioambientais. "Temos algumas pendências com relação à documentação para fazer esse pagamento, mas acredito que essas mudanças podem ser superadas. E com relação aos impactos indiretos às comunidades indiretamente afetadas, a gente pode reforçar o cadastramento para que haja estudos com relação a que tipo de compensação vai ser feita", diz o procurador do Estado, João Palacius. Já a Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) diz que a obra da Avenida Liberdade possui "licença ambiental concedida após rigoroso processo de licenciamento, com acompanhamento técnico contínuo para controle de impactos. A iniciativa foi debatida em audiências públicas com ampla participação da população e de representantes de comunidades tradicionais da região". Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra), as obras da Avenida Liberdade alcançaram 65% de execução e "a previsão é de que os serviços sejam concluídos no final deste semestre". "Nunca foi intuito nosso parar essa questão do progresso, como eles falam. Mas que seja feito de uma forma digna para todo ", afirma a moradora Emanuela Cardoso. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
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